O meu pai tem a 4ª classe. Tem (recuso-me a falar no passado), também, muito mais cultura de vida do que eu com aqueles papéis ridículos, um cor de rosa escrito a latim que ninguém percebe, outro beige, a cor mais feia do espectro de cores, com um emblema idiota que parece um brazão, que atestam os meus graus académicos. Num dos muitos cafés que gostava (entretanto, fartou-se daquele) insistiam em chamar-lhe "Sr. Engenheiro". "Sr. Engenheiro, o cafézinho está bem assim? Hoje não vai um bolinho?" O meu pai ainda tentou dizer "Não sou engenheiro" mas nunca teve muito sucesso em demover aquele senhor em tratá-lo com aquele título.
As pessoas têm esta necessidade ridícula de serem reconhecidas pelos títulos, pelo dinheiro, pelo nome se for de uma família reconhecida. Escrevo estas palavras e o sangue aquece-me. As pessoas são pessoas e não valem pelo que estudam, pelo cargo que ocupam, por nada que seja palpável ou escrito em papeis com aspecto de pergaminho ridículo. Tanto tempo que a humanidade precisa para evoluir.
As pessoas têm esta necessidade ridícula de serem reconhecidas pelos títulos, pelo dinheiro, pelo nome se for de uma família reconhecida. Escrevo estas palavras e o sangue aquece-me. As pessoas são pessoas e não valem pelo que estudam, pelo cargo que ocupam, por nada que seja palpável ou escrito em papeis com aspecto de pergaminho ridículo. Tanto tempo que a humanidade precisa para evoluir.
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