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Monday, June 30, 2014

ELMGREEN & DRAGSET "This Space Can't Be Yours" 2006
Thomas Hirschhorn with his work "ABSCHLAG," 2014. Installation view, MANIFESTA 10, General Staff Building, State Hermitage Museum, 2014.*

THOMAS HIRSCHHORN AT THE MUSEUM DHONDT-DHAENENS
(daqui)

Thursday, June 26, 2014

"JV, 24/3

Por que razão a arte contemporânea incomoda aqueles de quem não se esperaria tal incómodo? Por ser arte? por ser contemporânea? Por ser obra de uma mulher artista?
E se víssemos o barco e a obra de outra maneira: como um genial exercício artístico de crítica institucional: a ideia de representação nacional que é essencial à Bienal de Veneza (e a todos os certames do tipo, incluindo a Documenta), e tb "sobre" a eterna falta de um pavilhão português nos Giardini (e este ano a falta total de pavilhão), "sobre" o que se entende por "arte portuguesa", arte nacional,, "sobre" a arte em geral e a cultura como representação de um país, "sobre" o trânsito entre "arte elevada" e artesanato, lavores, tradição nacional, a marca nacional, o comércio e o turismo (está-se sempre a defender o impacto da cultura na economia...), "sobre o turismo cultural com as passeatas do cacilheiro pelos canais, "sobre" o trânsito distintivo entre obra e produto (ambos comerciais, mas ah! "La Distinction", - e em geral sobre a circulação entre níveis hight & low que estão obviamente associados mas que alguns inesperados puristas vêm defender por aristocráticas ou modernistas razões ("the great divide").

Quando é a doer (quando é para habitar, circular e viver - e não para observar à distância com facies cultural), os voyeurs púdicos reagem! Sempre sempre contra a arte de massas (Noel Carroll)! Têm-se incomodado com as medíocres representações anteriores que asseguravam o poder do "milieu", do "meio da arte"? (E tem graça, a Joana já tinha sido afastada uma vez por este secretário de Estado, era ele director geral das artes, que então cedeu às pressões - mas saiu-lhe o tiro pela culatra!!)
Quanto a custos, sabem que a retrospectiva do Sarmento em Serralves custou mais de 200 mil € (previstos à partida c. 125 mil !!), ultrapassando a verba da SEC para Veneza? E para quê? Para ampliar aquela enorme chatice, que o Público e a LSO reverencialmente puseram no 1º lugar do top do ano?
Sim Vera, o rabelo de Paris, mas essa, mal ou bem, tem sido o curso da arte desde a pub do Wahrol ou a bd do Liechtenstein, desde o ready-made, que aliás já não era à data uma invenção (mas apenas uma constatação e um enunciado crítico). O rabelo não era arte, o cacicheiro agora é.
Se a capacidade de perturbar é uma medida de avaliação, a Joana é a maior! Não tinha ideia de dizer nada (os tiques eruditos têm um largo consenso), mas o discurso do Ressabiator e a partilha do Zé Neves e amigos eram um saudável desafio."

Alexandre Pomar aqui: http://alexandrepomar.typepad.com/alexandre_pomar/joana_vasconcelos/
"Não queria destacar nomes, até porque tenho visto demasiados percursos que não se consolidam depois das promessas de partida. O meio é muito adverso, o país é pequeno e não há museus. Há um circuito contemporâneo mas muito pouca história e poucos modernos para ver. Não é por acaso que o Pompidou não se separa em duas instituições, com uma parte moderna e outra contemporânea. Não é por acaso que a Tate Modern não afastou o moderno do contemporâneo, optando pela existência de duas instituições paralelas. Só o confronto permanente com o museu, com o Manet, o Bonnard, o Picasso, e não apenas fotografias e fotocópias de capítulos, consolida uma aprendizagem e uma vitalidade que aqui não podemos ter. Acho que é muito difícil sobreviver como artista interessante em Portugal, e mais ainda porque há certas facilidades que dificultam a solidez do trabalho. A entrada maciça de artistas no ensino universitário é uma coisa que não consagra mas destrói carreiras, tal como a administração do presente pelos museus que existem, e também a dinâmica coleccionista que aposta em especial em jovens artistas, nas emergências a baixo preço, e que não favorece ou acompanha as maturidades, se a elas se pode chegar aqui. As características actuais do mercado de arte são muito gravosas para a consolidação das carreiras."

- Alexandre Pomar em entrevista a Sandra Vieira Jurgens para ArteCapital, 2008 

Friday, June 13, 2014

Alguém me dizia que "nos afectos, as pessoas deixam de ter uma idade associada". Fiquei a pensar nisto, se realmente associo ou não uma idade às pessoas que me são mais próximas.

A minha irmã fez ontem 40 anos. Escrevi, li, reli e continuo a não associar 40 anos à minha irmã. A minha irmã é a menina maior que eu, que corre muito e gosta mais de azul do que de amarelo. A minha irmã é a menina de sorriso rasgado e gargalhada fácil. A minha irmã enche a parede de posters de rapazes que me parecem velhos que aparecem nos filmes e não sei os nomes. A minha irmã é a menina maior que eu que me dá a mão antes de atravessar. E depois de atravessar também. E a subir as escadas, para eu não tropeçar. A minha irmã pediu muito uma mana e eu vim, passados alguns anos, numa chegada triunfal quando a minha mãe já estava prestes a desistir, então com 41 anos. Parece que sempre fui do contra.

Há uns dias, em casa da minha mãe, folheava as fotografias que eu e a minha irmã decidimos retirar dos albuns num dia de aborrecimento. Não me lembro ao certo do que nos passou pela cabeça, talvez fosse um dia em que não tínhamos nada que fazer e resolvemos organizar as fotografias. A obra ficou a meio, assim numa espécie de lugar temporário que já ali está há uns 20 anos. Nas fotografias mais antigas em que aparecemos as duas lado a lado, há uma constante: o meu olhar de admiração para a minha irmã, a menina grande, de passo certo e decidido. Se associasse uma idade à minha irmã, seriam os 12 anos. Parecia-me tão grande, tão alta, tão conhecedora de tudo. Sabia que ela me protegeria de tudo e de todos. Hoje, temos a mesma altura mas a minha irmã será sempre a menina grande, de sorriso rasgado e gargalhada fácil a quem não consigo associar muito mais do que aqueles 12 anos.

Tuesday, June 10, 2014

Jeppe Hein
Cage and Mirror
no CAM - Gulbenkian até 21.09.2014
Fotografia de Paulo Costa


Katharina Lackner
Slide
no CAM - Gulbenkian até 21.09.2014
Fotografia de Paulo Costa

"I am deceived by the past, tormented by the present, scared by the future." 
- não sei de quem é a frase, roubei-a de uma newsletter que roubou a citação de alguém. ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão, dizem.