Queixo-me muito da estupidez humana, da maldade humana, de como as pessoas se querem aproveitar umas das outras. Para muitos, serei uma idealista, uma inconformada com muito de naive. Mas também tenho encontrado pessoas muito boas e posso considerar-me uma pessoa com muita sorte.
Hoje, a propósito das pessoas boas com quem tenho tido a sorte de cruzar caminho, falava ao telefone com uma pessoa que, de artista que entrevistei, passou a ser artista com quem tenho trabalhado e, aos poucos, uma pessoa que vou considerando como amiga. Não sou pessoa de ter grupos de amigos, tenho poucos amigos mas muito bons. Com uma diferença de idades de 20 anos, comecei a perguntar-me o que me seria tão familiar. De repente, lembrei-me da facilidade que o meu pai tinha em dizer-me sim a tudo, ainda antes de ouvir as minhas perguntas, caprichos, ideias até ao final. Lembrei-me da generosidade inquestionável do meu pai, da gargalhada dele com os meus devaneios sobre o capitalismo. É isso. Revi essa capacidade de dizer sim sem questionar, a capacidade de acreditar e de sonhar ou de fingir muito bem que se acredita nos sonhos alheios para não destronar o momento de felicidade do outro. E o meu pai voltou a viver.
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