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Wednesday, January 15, 2014

"Eh pá, eu admito perfeitamente que duas pessoas amarem-se profundamente durante uma vida inteira é uma raridade, assim como descobrir pepitas de ouro numa ribeira ao pé de casa ou um poço de petróleo no quintal. Mas bolas: é possível. Difícil, muito raro, mas possível. E portanto, enquanto o amor de longo prazo for uma genuína ambição humana - porque continuar a ser, já que praticamente ninguém abdica, nalguma altura da sua vida, de procurar o Mr. ou a Mrs. Right -, as pessoas que o conseguem praticar não devem ser olhadas como freaks ou nerds, mas como excepções, raridades, epifenómenos que devem ser olhados com carinho e atenção.

Ou seja, a atitude das pessoas deveria ser exactamente a oposta à habitual. Um casal monogâmico que se assegura feliz há trinta anos é um objecto digno de admiração - e não de dúvida imediata e permanente quanto à sinceridade dos seus sentimentos. Abaixo este totalitarismo relativista que quer enfiar toda a gente no mesmo saco! Até parece que a única forma que muitas pessoas têm para justificar as vezes em que as suas relações correram mal é garantindo a impossibilidade das relações dos outros correrem bem.

(...) por favor, estudem essas pessoas - não duvidem delas. Ponham-lhe o sangue em pipetas, encham as suas caixas toráxicas de fios, scaneiem-lhes o cérebro. Sim, um amor que dura décadas é uma raridade. Sim, pessoas genuinamente apaixonadas dos 17 aos 97 são para aí 0,001% da população mundial. Mas existem. Existem. EXISTEM, PORRA!"

(excerto de um texto em forma de post, João Miguel Tavares, no Blog Pais de Quatro)

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