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Thursday, June 20, 2013

Gosto de ser anónima. Posso assinar o meu nome e continuo a ser anónima - quantas Luisa Santos existem no mundo? Muitas, calculo. Não percebo a preocupação em assinar "anónimo" nos blogs já que, na verdade, somos todos, parece-me, anónimos aos olhos de quem não nos conhece. Mas será certamente uma preocupação válida ou não haveria a possibilidade de assinar como tal. Mas o que acho francamente curioso não é a questão de assinar "anónimo" ou outro nome qualquer mas sim a panóplia de comentários  de anónimos tristes (não é uma critica, é mesmo uma pura observação com alguma pena), assim numa espécie de "se não assinar com o meu nome ninguém sabe que fui eu, posso dizer o que me apetecer" a blogs com muitos leitores. 

O mais interessante é que, a razão de ser deste querer ser anónimo é poder fazer comentários cheios de mal-estar, de fúria, como se aqueles palavras pudessem retirar todas as frustrações do dia-a-dia, que, parece-me, todos temos, de uma ou de outra maneira. Comentários com tanta raiva a posts que não dizem nada de especial (e se dissessem?) vão sempre lembrar-me aqueles senhores do metro ou do autocarro que me fecham a porta no minuto em que chego à porta esbaforida, depois de uma corrida desenfreada. Não servem para nada. Contribuem para o mal-estar momentaneo de alguém mas será que isso faz com que deixem de ter o seu mal-estar? Há assim uma espécie de transferência de mal-estar nesses segundos? 

2 comments:

  1. O tempo é tão escasso e precioso, porque é que as pessoas perdem tempo com coisas que odeiam?

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