A frase que mais recordo (e, talvez, a que mais falta me faz) dos domingos com o meu pai é "Tens que aprender a esperar, essa preocupação toda no próximo domingo já não existe e vais estar a contar-me que conseguiste e como afinal até foi fácil."
Para o meu pai, tudo o que estivesse relacionado com algum desejo meu, iria ser, inevitavelmente, concretizado. Quando não dependia dele (talvez quando os meus desejos passaram a ser mais exigentes que o panda de peluche da loja Trenó, que me acompanhou a infância), mas de outras pessoas mais do que do meu trabalho e esforço (ou dos pedidos ao meu pai, de menina mimada porque ser mimada não é, de todo, ter pais ricos), pedia-me paciência, o tal do saber esperar que não cheguei a aprender com o meu pai.
Sentada no café, com a cadeira da frente vazia, tento lembrar-me do sorriso, das palavras cheias de certeza e optimismo contagiante que caracterizavam o meu pai. O mesmo optimismo que caracteriza também a minha mãe. Provavelmente, quase todos os filhos dirão e sentirão o mesmo mas, ainda assim, escrevo, cheia de certeza: tive o melhor pai do mundo, tenho a melhor mãe do mundo.
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